sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Caso Paula Oliveira

20/02/2009

Cônsul presenciou confissão de brasileira, diz repórter suíço



As muitas contradições no relato de Paula Oliveira levaram a polícia a desconfiar de sua versão desde o início, mas foi um detalhe aparentemente insignificante que a levou a confessar a farsa: um teste de gravidez caseiro, que disse ter comprado numa loja da Migros, a maior cadeia de supermercados da Suíça.
Quando a polícia disse que a Migros não vendia o teste, Paula não resistiu mais à pressão e finalmente confessou: gravidez e ataque haviam sido inventados. Os detalhes foram passados à Folha pelo jornalista suíço Alex Baur, que revelou a confissão um dia antes no semanário "Die Weltwoche".

Paula Oliveira, 26, que disse ter sido atacada por neonazistas nos arredores de Zurique, admitiu farsa, diz Promotoria.
Baur disse que viu na tela de um computador as duas confissões assinadas na presença da cônsul do Brasil em Zurique, Vitoria Cleaver. A diplomata, segundo as fontes de Baur, era a única pessoa presente no quarto do Hospital Universitário de Zurique, onde foi feita a confissão, além dos policiais.
A reportagem pegou a Procuradoria Geral de Zurique de surpresa, levando-a à decisão de divulgar ontem a confissão. Foi aberta uma investigação para apurar quem foi o responsável pelo vazamento ao "Die Weltwoche", já que violação de sigilo de Justiça por uma autoridade pública é crime na Suíça. "Sim, estou sendo investigado", confirmou Baur. A Procuradoria de Zurique reconheceu que a investigação dificilmente conduzirá a um indiciamento, pois não há provas de que o autor do vazamento foi um policial.



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